25 Anos de Jogos de Empresas no Brasil
Surgidos em 1950, os jogos de empresas foram adaptados dos jogos de guerra para utilização nos meios corporativo e acadêmico. No Brasil, esta metodologia começou a ser utilizada na década de 70, porém sua grande difusão começou 20 anos depois. A popularização dos computadores pode ser considerada a grande responsável por esta expansão.
Nos primórdios, os jogos de empresas eram realizados manualmente ou com auxílio de computadores de grande porte (mainframes). Estes manuais eram majoritariamente muito simplificados, trabalhosos e com altas chances de erros, por envolver muitos cálculos. Enquanto que os mainframes tinham suas limitações e não eram portáteis, dificultando a utilização dos jogos de empresas ou simuladores gerenciais, como também são chamados.
Com o advento dos computadores pessoais (PCs), as restrições existentes nas duas formas de utilização anteriores foram eliminadas. Os PCs foram um marco para o nascimento da indústria brasileira de softwares. Neste contexto, a Bernard Simulação Gerencial foi pioneira, desenvolvendo a primeira geração de simuladores gerenciais nacionais. No seu início, estes simuladores eram disponibilizados por meio de disquete, depois CD e por fim DVD. A Internet fez com que a mídia física fosse extinta e se tornou o meio de disponibilização dos jogos de empresas.
Então, podemos considerar que a aplicação da metodologia de jogos de empresa no Brasil efetivamente iniciou em meados da década de 1990, junto ao nascimento da Bernard. Antes disso, sua utilização era restrita a seletas universidades e empresas multinacionais, sempre com simuladores trazidos do exterior.
A forma de utilização dos jogos de empresas passou por grandes transformações nestes últimos 25 anos. No meio corporativo, baseava-se para repasse de conhecimentos técnicos de gestão aos empregados. Hoje, além deste repasse, o uso de uma abordagem mais qualitativa vem ganhando força. Segundo pesquisas, o comportamento dos participantes em um exercício simulado de gestão é muito semelhante ao da vida real. Por isso, as simulações gerenciais também são utilizadas para identificação e desenvolvimento de lideranças e seleção de empregados, tanto interna quanto externa.
Já no meio acadêmico, as mudanças foram ainda maiores. Os jogos de empresas são utilizados para a prática em cursos ligados à gestão, demasiadamente teóricos. Entretanto, nos primeiros anos no mercado brasileiro, a utilização se deu sem qualquer preocupação com objetivos educacionais na maioria das vezes. Eles eram jogados por jogar e se resumiam a uma brincadeira, que focava na “vitória” no jogo. Embora muitos alunos aprendessem com a metodologia, os objetivos educacionais não eram explicitados e, portanto, não havia uma avaliação do aprendizado por meio da simulação gerencial.
Os responsáveis pedagógicos e professores utilizadores, em sua maioria, imaginavam que o simulador, por si só, geraria o aprendizado desejado. Inclusive, alguns cursos erroneamente repassavam o uso dos simuladores para professores da área de informática. Com o passar do tempo, foi conscientizado que o software do jogo é apenas uma instrumento de apoio. O professor é o responsável maior pelo sucesso ou fracasso de uma simulação gerencial. E é ele quem deve conduzir, baseado em seus conhecimentos teóricos e práticos, a aplicação para que os alunos efetivamente aprendam.
O Brasil hoje vive uma nova grande transformação na aplicação de jogos de empresas, com o fim do amadorismo. Cada vez mais amigáveis, os simuladores gerenciais vêm eliminando a necessidade de conhecimentos computacionais para sua utilização. As instituições estão buscando a integração dos jogos de empresas às disciplinas que forneçam a base teórica para a sua aplicação. Professores sem qualificação teórico-prática não são mais bem vistos para ministrar as disciplinas de jogos de empresas e a utilização de simuladores gerenciais sem objetivos educacionais é coisa do passado.
Esta nova fase dos jogos de empresa beneficia todos participantes que podem (e devem) continuar a encarar a metodologia de forma lúdica. O aprendizado não deve ser algo entediante. Entretanto, por trás desta abordagem lúdica, há preocupação com o aprendizado. Os vencedores devem ser sim exaltados, porque no meio corporativo o sucesso é importante. Contudo, os perdedores que aprenderam com seus fracassos também devem ser enaltecidos.
Esta é uma das maiores vantagens dos jogos de empresas: o aprendizado por meio dos erros. Na área de gestão, tanto no meio acadêmico quanto no corporativo, estamos acostumados a aprender basicamente com cases de sucesso. Porém, o fracasso é dolorido e normalmente gera uma grande possibilidade de aprendizado. Como dizem especialistas da área: “Todo empresário de sucesso já faliu uma empresa pelo menos uma vez na vida. Por que não considerar a falência na gestão de uma empresa simulada?”.
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