Claudelino Martins Dias Junior é graduado em Administração pela Universidade da Região da Campanha (1994), com especialização em Gestão Estratégica dos Recursos Empresariais pela Universidade Federal de Santa Maria/URCAMP (1996), mestrado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC (2003) e Doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da UFSC (2008). Atualmente é Professor Adjunto do Departamento de Administração da UFSC, onde utiliza os simuladores Bernard.
O uso da simulação gerencial já uma metodologia de aprendizagem bastante utilizada no Brasil. Entretanto, as pesquisas no Brasil sobre tema ainda estão muito focadas na apresentação de modelos ou de suas aplicações. Como podemos direcionar as pesquisas para outros enfoques?
Claudelino Dias – Os resultados do método de ensino/aprendizagem que a simulação se propõe ficam diretamente condicionados ao grau de maturação dos conceitos relacionados ao exercício de cada uma das funções gerenciais em que os alunos tomam parte no processo, ou seja, o grau de aprendizagem é individual com a simulação, pois está ligado, em grande parte, ao pleno entendimento de conteúdos das disciplinas que a precedem no curso.
Em um de seus artigos disponibilizados em nossa biblioteca, você utilizou um modelo econométrico para previsão de demanda em ambiente simulado. Comente sobre esta pesquisa:
Claudelino Dias – Percebe-se que a análise e previsão de demanda têm pouca notoriedade em função de sua importância para as empresas. Em geral, é atribuição da área de Vendas/Marketing que, não raras vezes, lhe impõe um caráter essencialmente qualitativo. Neste sentido, o modelo econométrico proposto, procurou demonstrar uma melhor forma de instrumentalização das decisões, tendo por base uma abordagem quantitativa.
Você tem orientado pesquisas sobre o tema junto a alunos de graduação e de mestrado. Como você tem percebido o interesse pelo tema com estes diferentes alunos?
Claudelino Dias – A receptividade por parte dos alunos de graduação tem sido maior, considerando que estes possuem pouca vivência em termos organizacionais ou mesmo no exercício de funções gerenciais. Não obstante, com mestrandos e doutorandos pode-se desenvolver pesquisas cuja temática tenha mais abrangência, inserindo-os em diferentes objetos de pesquisa.
Quais orientações você daria para os professores que desejam realizar pesquisas na área de simulação gerencial (jogos de empresas)?
Claudelino Dias – Minha vivência com o método sugere que a pesquisa pode efetivamente servir de base para o aperfeiçoamento do aprendizado em novas turmas de graduação e pós-graduação. O desenvolvimento de diversos TC’s e artigos em eventos nacionais e internacionais referenda isso. Outras utilizações da simulação podem caracterizar-se não somente pela aplicação do ferramental metodológico (simulação) em outros contextos (não acadêmicos), mas também pela formatação de casos de ensino a partir de vivências dos alunos (um contributo, por exemplo, a partir de relatos devidamente orientados).
Para finalizar, atualmente você conduz ou orienta pesquisas sobre o tema?
Claudelino Dias – Atualmente produzo artigos científicos em parceria com mestrandos sob minha orientação e TC’s com enfoques aplicados com alunos de graduação em administração.