Os três primeiros colocados do #TG2015 contam sobre suas experiências no Torneio Gerencial e compartilham suas dicas e opiniões. A grande campeã do #TG2015 é a empresa WoodyWool do acadêmico Lucas Placido Santos (esquerda), do curso de Administração da Universidade Federal de Uberlândia, em Minas Gerais. Em segundo lugar ficou a empresa TQ Corp da aluna do curso de Administração da Universidade Estácio de Sá – Campus São Gonçalo, Taiana Marques da Silva Machado (direita superior). Em terceiro lugar ficou a empresa United do aluno Santhiago Koprovski de Souza (direita inferior), do curso de Bacharelado em Informática da Universidade Estadual de Ponta Grossa.
Quais os principais aprendizados adquiridos durante a disputa do #TG2015?
Lucas: Os principais aprendizados adquiridos durante a disputa do torneio foram a capacidade de adaptação a situações adversas, buscando sempre a eficiência nas decisões da empresa simulada, além da necessidade de formular uma estratégia e seguir o plano conforme o planejado, adequando as decisões de acordo com o comportamento do mercado.
Taiana: Para se destacar em um mercado tão competitivo temos que tomar decisões ousadas, calculando os riscos, e sem subestimar os concorrentes. Estudar o mercado no qual a empresa está inserida é fundamental para minimizar os erros na tomada das decisões. Mas o maior aprendizado para mim foi que nem sempre o meu melhor será suficiente para ser o primeiro, por isso tenho que me dedicar cada vez mais para melhorar constantemente.
Santhiago: Conhecimentos em administração de uma empresa, gestão de fluxo de caixa, demonstrativo de resultado, balanço patrimonial, investimentos, rentabilidade, recursos humanos, depreciação de máquinas e equipamentos, estratégia em marketing e ajuste de preço.
Quais as principais dificuldades encontradas durante a disputa do #TG2015?
Lucas: A principal dificuldade foi ter que traçar caminhos alternativos quando a estratégia não se mostrava eficiente logo de começo. Ser capaz de reconhecer que a decisão tomada não foi a mais adequada de acordo com o mercado, foi um ponto essencial para alcançar o pódio do torneio.
Taiana: As principais dificuldades que encontrei durante a disputa do TG 2015 foram enfrentar cenários adversos com pouco tempo para tomar decisão e administrar uma empresa com a concorrência muito acirrada.
Santhiago: Este ano a disputa estava bem mais apertada se comparada ao ano de 2011 em que fui para a final, além do fato que não tinha experiência com a simulação do agronegócio. As outras empresas (Axioma, TQCorp, Woodywool) foram bem agressivas nesta etapa e na final. Minha estratégia acabou sendo a do “arroz e feijão”, mas felizmente acabei entrando no pódio.
Você se sente mais preparado para enfrentar o mercado de trabalho depois de ter participado do Torneio Gerencial? Por quê?
Lucas: Sim, pois no mercado de trabalho muitas qualidades que o Torneio Gerencial desenvolve, são necessárias. Como por exemplo o comprometimento com aquilo que se está trabalhando, planejamento adequado, resiliência e calma para tomar a melhor decisão.
Taiana: Sinto-me mais preparada para o mercado de trabalho com a minha participação no Torneio Gerencial, pois ele me permitiu colocar em prática o conteúdo teórico estudado e aprender tanto com as decisões certas quanto com as erradas. No decorrer da competição consegui ter a confiança que precisava para ser uma profissional bem sucedida.
Santhiago: Sim, me sinto mais preparado para quando eu desejar abrir meu próprio negócio, pois já terei a noção por onde começar, fazendo planilhas e projetando o caixa da empresa, estudaria os cenários de mercado antes de tirá-los do papel, além de utilizar os conceitos aprendidos de rentabilidade, depreciação e investimentos.
O Torneio Gerencial faz uso do método de jogos de empresas (simulação gerencial). Você acredita que a simulação gerencial deveria ser uma disciplina implantada em todos os cursos que envolvam gestão de empresas (como administração, contábeis, economia, etc.)? Por quê?
Lucas: Sim, o uso deste método de ensino torna o aprendizado dos alunos mais dinâmico e prático, fixando melhor a teoria que é ensinada em sala de aula.
Taiana: Sim. O objetivo dos jogos de empresas é simular alguns desafios que enfrentamos e enfrentaremos no mercado de trabalho, e se todos os cursos que envolvem gestão de empresas tiverem essa disciplina, teremos estudantes que se tornarão profissionais mais preparados e qualificados para assumir cargos de liderança.
Santhiago: Sim, deveria ser uma matéria obrigatória até mesmo no ensino médio. Nos últimos anos eu presenciei conhecidos abrirem pequenos negócios locais sem montar alguma planilha ou sequer fazer uma conta no papel. Confiaram apenas nas palavras de um consultor do Sebrae e botaram fé que o produto ia vender. Alugaram local e fizeram investimentos em estoque, mostruário e propaganda, porém a demanda ao longo de 12 meses foi muito baixa, resultando em um prejuízo danado. Esse é um dos motivos que geram as baixas taxas de sobrevivência das microempresas. As pessoas superestimam as palavras (“vai bombar”, “ta vendendo muito”, “tá em alta”) e subestimam os números (qual a margem de lucro?, quanto vai vender por mês? quanto cada cliente gasta em média?).
Durante a competição você foi desafiado a administrar quatro tipos de empresas: Varejista (Simulador Comercial), Indústria de bens duráveis (Simulador Industrial), Setor de alimentos (Simulador de Agronegócios) e Prestadora de serviços (Simulador de Serviços). Quais os principais ensinamentos, desafios e como foi o desenvolvimento de cada uma das quatro etapas?
Lucas: Em cada uma das etapas houve diferentes desafios, o foco da decisão se deu nos pontos chaves presentes no setor de atuação da empresa, seja ele no varejo, indústria, agrícola ou de serviços. A cada etapa o mercado se tornava mais competitivo, com equipes preparadas e atentas às características do mercado e dos concorrentes. Acredito que o principal ensinamento adquirido durante as etapas do torneio foi de que a competição só está decidida quando a simulação é encerrada. Não se deve desistir diante de resultados ruins, avaliando o que foi realizado até o momento e com base nisso tomar sua decisão para ser o melhor.
Taiana: Na primeira etapa tive dificuldade na primeira decisão, assim como nas duas próximas etapas, pois eram cenários com limitação de quantidade de produtos para vender, mas com o desenrolar das rodadas comecei a me destacar arriscando colocar preços melhores e muito produto no mercado para atingir maior participação do mesmo. O que me fez triunfar nesta etapa foi um conjunto de ações tanto minha quanto dos meus concorrentes, que me fizeram chegar, ao final das rodadas, em primeiro lugar nesta primeira fase.
Na segunda etapa assim como na anterior tive dificuldade na primeira decisão, por ter produtos limitados para vender até então. Por se tratar de um ramo de atividade em que é necessário adquirir matéria-prima para formar o produto que a empresa tem que vender, é indispensável ter cálculos precisos para não sobrar nem faltar os esforços necessários para fabricar os produtos diminuindo ao máximo os riscos de desperdícios e perca de demanda. Na medida em que as rodadas iam passando e as decisões foram tomadas, tive que correr o risco de ser mais agressiva nas políticas de venda para atingir maior mercado e assumir de vez a dianteira do grupo que participei.
Na terceira etapa tive muita dificuldade na precificação da primeira decisão por ter produtos limitados para vender e por se tratar de matéria-prima e produtos perecíveis, que podem ser perdidos, parte deles, se não forem utilizadas (matéria-prima) e vendidos (produto) dentro do período que foi comprado e fabricado. Esta etapa foi um desafio, pois teve uma equipe, que arriscou como eu e tivemos uma disputa acirrada até o final pela primeira posição, sendo que terminei em segundo lugar no grupo e me classifiquei para a grande final.
Na última etapa que foi a final, decidi manter a empresa mais conservadora, apostando em uma empresa com lucratividade, buscando estruturar a empresa para crescer de forma ordenada. Tive lucro em todas as rodadas, além de ter aplicado recursos que sobrava no caixa da empresa. Mantive a liderança nas duas primeiras rodadas, mas perdi a mesma na terceira rodada e não consegui recuperar e me tornar a equipe campeã por detalhes nas duas últimas decisões que associado a decisão da equipe que foi a vencedora acabei ficando com a honrosa segunda posição.
Em todas as rodadas tive aprendizados valiosos que vou levar para minha vida profissional, dentre eles aprendi que devemos analisar o mercado para tomar decisões que alcance o equilíbrio entre vender bem, minimizar perdas e ter lucratividade, e motivar a equipe de trabalho que faz muita diferença na produtividade.
Meu maior desafio foi pôr em prática, na administração da empresa TQ Corp, os diversos aprendizados que obtive em sala de aula, sempre buscando aprender a me adaptar aos diversos cenários do torneio.
Santhiago: Basicamente em todas as simulações o objetivo é o mesmo, equilibrar a demanda com as vendas e investir em propaganda para ganhar mercado. Na etapa comercial e no agronegócio deve haver o cuidado extra com o estoque de mercadoria, pois pode haver grande perda. Na simulação industrial e de serviços o foco é para fazer investimentos e reduzir os custos gerais, aumentando a competitividade.
Uma boa parte dos cursos voltados para a área de gestão costuma utilizar métodos mais tradicionais de ensino (aulas expositivas, seminários, provas, trabalhos, estudos de caso, etc.). Após ter vivido a experiência de participar de um jogo de empresas, qual a avaliação que você faz deste método frente aos métodos tradicionais?
Lucas: Já havia participado do Torneio Gerencial em oportunidades anteriores e diante de todo o aprendizado adquirido, recomendo este método para todos os alunos que buscam aprimorar seus conhecimentos de gestão, estratégia e conhecimento empresarial. A simulação de empresas permite que os participantes tomem decisões em ambientes incertos, em competição com diferentes empresas que buscam a liderança do mercado, situação muito semelhante ao mundo empresarial real. Sendo assim, o Torneio Gerencial proporciona aos participantes uma experiência única, e que independentemente do curso do participante, pode trazer ótimas lições que não seriam ensinadas na faculdade.
Taiana: O método de Jogos de empresas permite aos participantes sentirem na pele a pressão que o mercado e as diversas situações fazem nas empresas, e a busca incessante para as empresas sobreviverem e terem êxitos. Aprender em simulações práticas é uma escola. Já com os métodos mais tradicionais aprendemos na teoria, mas nem sempre os conceitos e teorias são aplicáveis a situações reais de mercado. Quando aprendemos algo na teoria e não praticamos em situações reais ou simulações, a probabilidade de esquecermos é infinitamente maior do que se tivéssemos uma experiência de gestão como a que tive no Torneio Gerencial.
Santhiago: Com certeza aprender na prática supera uma aula assistida, ou algum seminário ou capítulo de um livro. O processo é mais dinâmico e interativo, e os erros vividos acabam ensinando mais. Fica aqui o meus parabéns ao Torneio Gerencial, que na minha opinião é o torneio que mais didático. E olhe que juntamente com meu irmão já participamos de vários outros torneios (OI Empreendedores, Global Management Challenge, Desafio Sebrae, Talento Empreendedor).