O professor Moisés Pacheco de Souza, docente da Universidade Federal de Santa Catarina, Faculdades Barddal e analista de suporte da Bernard, relata sobre a sua experiência em simulação gerencial e sua dissertação de mestrado, defendida em 2009, na UFSC.
Como surgiu o seu interesse pela metodologia de simulação gerencial?
Moisés Pacheco – Tive o primeiro contato com a simulação gerencial ainda na graduação, na antiga disciplina de “Jogos de Empresas” do curso de ciências contábeis da Universidade Federal de Santa Catarina. Atualmente, a disciplina chama-se “Simulação Gerencial”.
Relate brevemente sua experiência com o método:
Moisés Pacheco – Quando cursei a disciplina de “Jogos de Empresas” fiquei fascinado com a dinâmica da aula. Gostei tanto que acabei trabalhando em uma empresa que desenvolve simuladores gerenciais e estudando temas correlatos no mestrado. Lecionar utilizando esta metodologia foi uma consequência. Ao utilizar o método com alunos de Ciências Contábeis, percebi que muitos têm uma grande dificuldade em entender a importância dos relatórios gerenciais e das demonstrações contábeis para a tomada de decisão, talvez por estudá-los isoladamente. Quando um aluno passa por uma simulação gerencial, ele é capaz de entender a interligação entre as diversas áreas de uma empresa.
Em linhas gerais, do que tratou sua dissertação de mestrado?
Moisés Pacheco – Minha dissertação foi baseada em 20 anos de pesquisas da associação ABSEL sobre capacidade de previsão e desempenho gerencial em jogos de negócios. Procurei encontrar uma relação entre a capacidade de previsão das equipes e indicadores de desempenho gerenciais, divididos por diretorias distintas (Presidência, RH, Vendas e Finanças). Foi utilizado um experimento com turmas de administração e contabilidade. A dissertação gerou um artigo que foi aprovado na Conferência Internacional da ABSEL, e levou o prêmio de melhor artigo de simulação de 2010.
Quais foram os principais resultados encontrados?
Moisés Pacheco – O resultado mais importante foi que a previsão de indicadores do nível hierárquico mais alto (indicadores da presidência) tem um impacto maior no desempenho gerencial global da empresa simulada. Este resultado reascende esta linha de pesquisa que estava com poucos trabalhos nos últimos anos.