Os Cursos in Company ministrados com os simuladores desenvolvidos pela Bernard estão ganhando o Brasil. O professor José Carlos de Souza dá aula na Universidade de São Paulo, no curso de Administração; no Instituto Mauá de engenharia, nos cursos de graduação e MBA; e em cinco diferentes Cursos em nível MBA. Além disso, ministra Cursos in Company para as mais variadas empresas da cadeia produtiva, não só do varejo como atacadistas e produtores. O professor fala sobre a experiência de 10 anos ministrando Cursos in Company para grandes empresas e organizações nacionais e internacionais.
Como a aplicação de cursos com a utilização dos softwares de simulação podem ajudar profissionais do varejo a melhorarem seus rendimentos?
José Carlos – A simulação tem a capacidade de fazer com que a pessoa tenha uma visão holística da empresa, que entenda o negócio como um todo. Normalmente, a especialização do varejista é fragmentada. São pessoas com especialização nas árias de Compras, Vendas, Merchandising. A simulação permite aquilatar, na performance do negócio como um todo, os efeitos das decisões que se toma em cada uma dessas áreas. Tudo isso, em um mercado competitivo.
Quanto à motivação, o que a simulação pode trazer de benefícios para resultados futuros?
José Carlos – Entendo a motivação em duas dimensões. Primeiro, existe aquela gerada pela própria competição dentro do varejo, que a simulação reproduz de uma forma bastante fiel. Segundo, a motivação gerada pela perspectiva de um negócio real que se começa a enxergar na dinâmica. Não é difícil existirem pessoas que, mesmo atuando no varejo, resolvem empreender um negócio ou sintam-se estimuladas a desenvolver alguma atividade tendo em vista aquilo que conseguiram perceber na simulação ou que associaram com sua própria experiência profissional.
Porque, na sua opinião, mais e mais empresas buscam, na simulação empresarial, um treinamento de qualidade?
José Carlos – Particularmente sempre encerro meu trabalhos de capacitação em varejo com a simulação. Tenho usado tanto a industrial quanto a comercial e a de serviços, em função das características do grupo e do curso, das necessidades de cada um. Percebo que a simulação é uma forma muito profícua de se aplicar e perceber os conhecimentos previamente adquiridos no curso. Eu, inclusive, costumo induzir meus clientes, que são grandes empresas e organizações nacionais e internacionais, a introduzir uma simulação ao final do curso, de modo que se possa fazer uma amarração melhor entre conceito e aplicação.
Quanto do sucesso de um curso de simulação empresarial deve-se à qualidade do software e quanto, à capacidade do professor/coordenador? E qual a importância dos cursos de formação de professores ministrados pela Bernard?
José Carlos – Tanto um quanto o outro são extremamente importantes. O professor, aliado ao conhecimento técnico, deve ter facilidade de comunicação. A simulação deve ter, além de bom conteúdo técnico, uma interface muito amigável com o usuário. Se você tem um conjunto de um professor que consegue se comunicar bem com o grupo e de uma ferramenta que também consiga se comunicar bem; e que, além disso, professor e ferramenta sejam integrados – daí a importância dos cursos de capacitação do profissional – você consegue desenvolver um trabalho que atingirá os objetivos. O conjunto da capacidade do professor, as características do modelo e a capacitação que o desenvolvedor do modelo pode oferecer através do treinamento do professor na utilização da ferramenta deverá apresentar um bom resultado no treinamento de profissionais ou mesmo nas disciplinas para o meio acadêmico.
Quais as diferenças de se utilizar os simuladores no meio acadêmico e no meio empresarial?
José Carlos – Dentro da academia você tem vários níveis. A ferramenta pode ser usada desde a formação, ou seja, fazer com que a pessoa entenda o que é um fluxo de caixa, um ciclo financeiro, uma estratégia mercadológica para produtos com características mercadológicas diferentes e, na medida em que se vai evoluindo, é possível ir aprofundando as utilizações da ferramenta no mesmo sentido em que se vai aprofundando os conhecimentos no meio acadêmico. Você começa a olhar a ferramenta e medir o grau de conhecimento que ela pode oferecer. O grande diferencial é aquilo que a ferramenta consegue fazer você assimilar.
Eu diria que, no meio acadêmico, a simulação é útil no sentido de consolidar as bases e a partir de um certo patamar, como ferramenta de aprendizado. Do ponto de vista do treinamento de executivos, o objetivo muda um pouco. Na verdade, o que se pretende é fazer com que aquela pessoa possa, através de situações análogas às que a empresa dele passa no dia-a-dia, treinar conhecimentos, desenvolver novas habilidades e definir um perfil de atitude que pode ser ajustado ou modificado através de um treinamento com simulação. Depois de desenvolver esse trabalho há mais de dez anos, sinto que se consegue bons progressos em nível de executivos quando se procura colocar situações onde a definição de novas atitudes face aos problemas do dia-a-dia possa ser treinada e modificada.